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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Conto poético: EU VENDI FIADO...


Minha geração  e, também, as anteriores, conviveram com
o terror  desta  inibidora frase:  " EU  VENDI  FIADO ".
os comerciantes a colocavam em locais das lojas, bem visíveis
aos olhos da freguesia.
Era ilustrada pela foto de um homem magro, mal vestido e,
ao canto do estabelecimento, um cachorro com as costelas 
à mostra.
Representava o "calote", o fracasso e a falência.
Ao lado, no mesmo quadro,  outra frase:  " EU  VENDI  A 
DINHEIRO ", ilustrada por um homem  corpulento, fumando
um  vistoso charuto, acompanhado  de seu cachorro bem
alimentado.
Como as coisas mudaram...
O termo " fiado "  foi substituído por  " prestação ", onde se
realizam quase todas as vendas.
As placas ilustrativas e,  talvez  ofensivas, desapareceram
das paredes dos comerciantes, sendo substituídas por
ofertas a perder de vista .
Certamente, aquele homem gordo, da ilustração, morreu
de diabete, colesterol altíssimo, câncer de pulmão ou 
doenças cardíacas.
O magérrimo,  foi devorado  pela tuberculosee pelo stress.
O vendedor das placas, antes bem sucedido,  FALIU !
É, os tempos mudaram mesmo, e não foi por  culpa dos
velhacos...

SINVAL SANTOS DA SILVEIRA.








12 comentários:

  1. Texto fabuloso. E não é que concordo totalmente com o teor do mesmo? ;)
    .
    Saudações poéticas

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    1. Amigo / Poeta, Ricardo !
      Fico muito grato pelo teu atencioso
      registro !
      Uma ótima semana e um fraternal
      abraço, aqui do Brasil !
      Sinval.

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  2. rssss, muito bom, querido poeta Sinval! Lembro quando se chegava em vários lugares e dizia numa tabuleta: "Não vendemos fiado", é do que mais lembro! Ou "Fiado só no ano que vem!" Mas esse seu texto está muito criativo!! rsss E sempre havia um constrangimento quando alguém queria comprar fiado...
    Uma boa semana, beijo, poeta.

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    1. Vizinha / Escritora, Taís Luso !
      Hoje, o comerciante que ostentar esta
      filosofia, certamente, irá à falência.
      Muito grato,mAmiga, e uma ótima semana !
      Abraço, ainda que à distância.
      Sinval.

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  3. Olá, Escritor Sinval,
    Que belo texto! Voce avivou minha memória....lembrei exatamente desses cartazes nas lojas, assim como você os descreveu!
    Pois é, hoje estamos na onda das prestaçoes em carnês, e cartões, na onda dos fiados com pagamentos por mes!
    E quem está gordo agora são aqueles que vendem fiado, e as financiadoras....
    Parabéns pelo tema!
    Beijinhos

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    1. Oi, Poetisa, Vilma Piva !
      Os tempos mudaram, como tudo na
      vida muda...
      Muito grato, amiga, pela aprovação
      do texto.
      Um fraternal abraço e uma ótima
      semana.
      Sinval.

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  4. Entre um tempo e outro a mesma realidade...sempre a voracidade capitalista diante das necessidades do povo.
    O mundo gira , o tempo passa mas a humanidade continua igual.
    Um abraço

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    1. Socióloga / Poetisa, Guaraciaba Perides !
      Verdade. Até parece uma regra aritmética:
      "A ordem dos fatores, não altera o produto".
      O principal é o lucro... o produto.
      Obrigado, Amiga. Um fraternal abraço e uma
      ótima semana !
      Sinval.

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  5. Os tempos mudaram muito, mas não as dificuldades que muitos têm ainda com as suas vidas... O seu conto poético é muito sensível e leva-nos para um mundo diferente, mas ao mesmo tempo igual.
    Uma boa semana com muita saúde, meu Amigo Sinval.
    Um beijo daqui de Portugal.

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  6. Querida Mestra, Graça Pires !
    Tens toda razão ! Muito grato pela
    carinhosa atenção.
    Uma ótima semana e um fraternal abraço,
    aqui do Brasil.
    Sinval.

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  7. Lembro bem os tempos do "fiado" que raramente resultava em "calote" (Jamais pago).
    Nos dias de hoje o "Conto" é outro nas atitudes e resultados.
    Gostei e apludo.

    O meu Abraço
    SOL

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