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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Poema: VULTOS DO MEU PASSADO



Sombras animadas,  seguem meus
 passos, sumindo  na luz.
Fazem  gestos que não entendo...
Mostram o caminho que devo seguir, sem
olhar para trás.
Apontam para frente, conhecendo a minha
essência, o meu modo de ser.
São emoções, equilibrando  as ações, 
separando o bem do mal.
Experiências colhidas ao longo dos caminhos 
da vida.
Conselhos ofertados, braços que me abraçam,
sorrisos francos, doces prantos de saudade !
Sinais premunitórios, senhas e vozes
 que reconheço.
Amigos e amores, que já passaram, iluminando 
o meu  destino e transmitindo
 mensagens de proteção.
Sinalizam meus caminhos e,  com muito carinho,
procuram não me assustar...
Não sinto medo de quem me quer bem.
São vultos do meu passado, que reconheço,
também.

Sinval Santos da Silveira

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Poema: PRINCÍPIO ATIVO DA FELICIDADE




O lamento, que  resmunga no meu peito, 

gritando de revolta, diz  não  ter jeito, 

enquanto ela não voltar.

Bate descompassado o coração, apedrejado 

por esta intensa paixão.

Trêmulas mãos transmitem recados, lembram
 momentos doces de
 pecados e, numa prece, pedem perdão.

Abismado,  sem temer o abismo, enfrenta um forte 
cinismo, na  decretação do ponto final.

Dói  muito esta dor, que sufoca minh´alma, 

sem piedade e pudor.

Ainda  sinto o perfume do passado, nas 

minhas vestes impregnado, que se nega a 

me dar Adeus.

Daquele amor, por  consolo Divino, em noites
 prateadas, me faz ouvir  a passarada, 

gorjeando só para mim !

Meu coração, fortalecido e faceiro, grita alto 

ao mundo inteiro,  que é por ti, amor
 da minha vida, princípio 
ativo da felicidade, que ele vibra 

de tanta  saudade !


Sinval Santos da Silveira




























terça-feira, 15 de novembro de 2016

Poema: OS PÉS QUE TANTO BEIJEI !



Eram  o altar onde, de joelhos, eu orava.
Seguia suas pegadas,  e nem o destino me
interessava. 
Cobria  seus caminhos de pétalas de rosas,
deixando perfumados  os  rastros daquela 
mulher !
Admirava o seu caminhar, e  sentia  ciúme de 
qualquer outro  olhar...
Em permanente submissão, entorpecido pela
paixão, beijava os seus pés,  em obediência ao meu coração.
A desconfiança, sem limite, cada dia trazia um 
palpite, sobre estranhos  lugares por onde 
andava.
Meu peito ficou doente e  minh´alma afetada.
Foi embora a alegria  de quem tanto de amor
sorria, deixando, em troca,  uma infinita saudade.
Sem  os rastros  para seguir,  perdido fiquei 
na  vida,  não sabendo  para onde ir.
Sofreu o meu coração, o  sorriso  emudeceu  e 
a alma  entristeceu.
Outros lábios  beijarão aqueles pés, profanando 
os momentos de intenso amor,  quebrando
 promessas  e  juras, feitas com tanta ternura !
 
Sinval Santos Silveira


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Convite

Coração Tagarela   virou Livro !!!  Florianópolis  em festa...
Que me perdoe o autor...mas não resisti e postei...rsrsrsr

Vera Portella

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Poema: SONHO DE AMOR



Em segredo, guardo as emoções contidas
no peito que,  meio sem jeito, ainda consigo esconder.
Com os olhos rasos d´água, trucido as minhas
mágoas, só para não te  aborrecer.
Confesso, já tentei  te esquecer...
Fiz promessas  ao meu santo protetor, subi ladeiras de
 joelhos, visitei  macumbeiros, mas nada adiantou.
Cada vez que faço isto, mais  aumenta  este 
amor !
Subjugado,  caminho sem  destino, à procura nem sei do que. 
Mesmo perdido no emaranhado desta emoção, 
sinto felicidade em meu coração !
De sereia te  vesti e no fundo do mar, nos porões
 de um calabouço, por ciúme,  te prendi.
Enlouquecido, pintei teu rosto numa  tela invisível, só 
vista nos  meus delírios.
Exibida e atrevida, no alto da escada, chamas
por mim.
Arrasto, de degrau em degrau, meu
 corpo cansado,  em busca do pecado...
Lá no alto, grito o teu  nome, mas só escuto o 
canto da sereia, acorrentada nas  profundezas 
do mar !
Então, retorno ao meu lugar de sonhador,
alimentado este amor, na esperança de não
mais acordar.
 
Sinval Santos da Silveira





quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Conto poético: GELANDO A LÍNGUA





Era uma tarde de verão escaldante.
A sombra fresca da copada da seringueira
frondosa, me protegia do sufoco.
Num banco de jardim, a minha frente, sentou-se
 uma mulher bonita e  sem pressa, saboreando
um belo sorvete.
Envolveu-me  numa conversa descontraída, com 
a língua gelada e doce,  como o teor do  assunto.
Disse-me:
" Sabes, moço, já completei quarenta e oito anos 
de idade.
Aparento ter mais ?
As minhas amigas acham que sim.
Sei que sou bonita, mas  já  fui muito mais !
Enlouquecia os homens !
Rastejavam-se aos meus pés, fazendo propostas
 de casamentos e tudo mais.
Entre uma coisa e outra, optei por " tudo mais ".
Entendeste  ?
Ganhei muito dinheiro !
Cheguei a sentir compaixão das mulheres que 
optaram pelo casamento.
Fiz, disto, a minha profissão.
Fui uma boa ouvidora dos homens, quase todos
casados.
Veja só, pagavam para que eu ouvisse as suas
reclamações conjugais !
Bebiam, riam e choravam.
Sempre demonstrei compreensão
 para com   estas reações.
De mim , ninguém tem nada a falar ! 
Não sabem o  meu nome, endereço, de onde
vim, como estou, se feliz ou infeliz....
Sou, tão somente, uma mulher que degusta 
um sorvete, num banco  de jardim,  gelando
a língua..."
Não falei uma só palavra, pois  o momento 
era  todo  dela. 
Displicentemente, jogou a casquinha do sorvete 
no chão, foi embora, sem se despedir...
Sinval Santos da Silveira