pulsando

Seguidores

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Poema: RECOMEÇAR


Meu amor não  representou nenhum valor.
Foi  gerado nas entranhas  de uma paixão, não
 surtindo a  emoção que tanto esperei.
Com as chagas  abertas, caminhei pelas
 cercanias do destino,  à procura de um abrigo.
Por onde passei, ouvi gritos, gemidos e 
desabafos, também.
Recebi abraços e sorrisos inocentes.
Comparei com os que  deixei por lá. 
Refleti...
Somente eu amei.
Então, parti para sempre. 
Livrei-me das correntes farpeadas  e voltei a cantar !
Escancarei as portas da minha vida e, agora, respiro o
  perfume da açucena,  beijo a brisa fresca da
 madrugada,  e passeio na estrada prateada do luar !
À margem, uma sombra me espreita e aplaude.
É  minha  amiga, de nome  " recomeçar "  !
 
 
Sinval  Santos da Silveira

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Poema: ORAÇÃO A QUEM PARTIU



Queria tanto que ouvisses  estes versos 

meus !

Quantas vezes te pedi para prestar mais 

atenção nos poemas que escrevi.

Sempre foram  dedicados a ti !

Leia, em minhas lágrimas, a paixão que senti

por ti.

Hoje, trago nas lembranças  o teu doce sorriso, a ternura 
do  olhar e  o carinhoso jeito de me amar...

Não abandonas os meus sonhos, nem minhas letras
  te  esquecem.

São  versos recadeiros, que escrevo  o  dia 

inteiro, querendo sempre te falar !

Teus olhos, negros como a noite sem luar, são 

o endereço do meu pranto,  atraído por teu encanto, querendo 
 às lágrimas misturar.

Nas madrugadas geladas, e  nas noites de trovoadas, apareces
 sorrindo,  comigo a 

conversar.

Sinto  falta de ti !

Peço perdão ao Criador e  transformo estas

letras em oração, para 
 eternizar esta sublime paixão !


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Poema: O POETA E O MENINO




Afinal, quem és,  criatura inocente, que mexes 
com  minha mente,  me fazendo  te imitar ?
Há quanto tempo não te via, nem ao menos te 
sentia, embora vivendo no mesmo lugar !
Vejo em  teu olhar  tanta coisa  diferente,
a felicidade  sem maldade,  trazendo  esta
saudade  tão difícil de lidar.
Não percebi tua partida, ou quem  deixaste
em teu lugar.
Aprendi  tanto contigo...  
Foste a estação  de  embarque  da minha vida, 
a escola bem sucedida, o sabor do fruto doce, que as
 tuas mãos de criança, plantaram  para 
me agradar.
Não eras noite, nem dia.
Foste a aurora da minha vida, a luz que ainda
ilumina os passos do meu  caminhar..
Hoje, posso te falar de  muitas coisas, 
mostrar caminhos e atalhos, te livrar dos
 abismos, das armadilhas
 e desvendar os mistérios das  perigosas encruzilhadas.
Em troca, ensina-me voltar a ser feliz ! 
 
Sinval Santos da Silveira

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Conto poético: PURUS





A quilha que singrava  o  Purus, rasgava 
as  misteriosas águas  do meu Amazonas.
Gemidos surgiram das  profundezas do leito, como
 a  pedir por socorro.
Debruçado no  convés,  pus-me a conversar
 com o menino
 que, há muito tempo, havia me abandonado
 ou, quem sabe, ignorado.
Caminhava sobre  as águas, sorridente e
travesso.
Fui  dominado pela saudade...
Acompanhou o trajeto, fez barquinho
 de papel, navegando
 nas corredeiras, como nas antigas 
brincadeiras, e pos-se a 
viajar no tempo.
Olhou-me com  ternura e cumprimentou
  os ribeirinhos, na 
barranca do rio.
Assistiu  a  revoada  das araras azuis e apreciou
 o espetáculo  da piracema.
Alegres indígenas,  também,  chamaram a 
sua atenção.
O mundo fantástico da Amazônia  Brasileira,
precisou ser visto pelos olhos de um menino
que,  arteiro, misturou as águas do Purus, às 
lágrimas dos 
meus olhos, numa  amorosa
 brincadeira !

Sinval Santos da Silveira