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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

conto poético: A CAMAREIRA

Mulher de gestos delicados, olhos atentos, sorriso franco.
Privilegiada pela natureza, exibe seus dotes físicos
enlouquecedores.
Atenciosa e inteligente, arruma a casa de um oficial militar,
com tanto esmero, que chama a atenção do experiente
guerreiro.
Suas mãos deslizam sobre a cama, com graça, parecendo
um balé, tamanha a expressão corporal.
A graciosidade, com que troca as roupas da cama,
cantando músicas românticas, começam a enlouquecer
o militar que,
viúvo há dois anos, não se interessava por ninguém, até então.
Começou a perder o sono, só em pensar que a cama, onde
dormia, havia sido preparada por aquela mulher, sua camareira.
Fez-lhe várias perguntas, interessando-se por sua vida particular.
A mulher respondeu-lhe com toda atenção e educação,
fato que desapertou, ainda mais, aquele homem, agora
já possuído por uma forte paixão.
Enchendo-se de coragem, finalmente, fez-lhe uma proposta.
Queria viver com aquela linda mulher.
Clara explicou-lhe que estava casada havia treze anos, com
um homem que é o seu grande amor.
Sofreu um acidente na obra, está tetraplérgico, preso a uma
cama, e dependente dela para sobreviver.
Não o abandonaria por nada deste mundo.
Pediu-lhe desculpas.
O homem, também, pediu-lhe perdão, dizendo à mulher que,
a partir daquele momento, passaria ajudar o seu marido, como
se fosse o seu irmão.
Clara beijou-lhe as mãos, num gesto de profunda gratidão...
O velho e austero militar, copiosamente, chorou...

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