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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Conto poético: O VENDEDOR DE AMENDOIM

Por onde andará aquele menino, franzino, maltrapilho e
retraído.
Vendia amendoim, lá na pracinha, todos os dias.
Pontual, parecia ter compromisso empresarial.
Filho de uma senhora, já viúva, era arrimo de família,
e só retornava para casa, depois de vender toda a sua
mercadoria.
Educado, a todos oferecia seu "torradinho, " quase
entoando uma canção.
Uma figura admirável.
Do seu nome, nunca esqueci. Senti saudade !
Voltei àquela Cidade e aproveitei para reencontrá-lo, ou
ter alguma notícia daquele menino, hoje já um homem de
quarenta anos.
Afinal, já se passaram quase trinta anos, da última vez que
o vi.
De informação em informação, cheguei a um restaurante,
moderno e movimentado.
Certamente, um dos melhores da Cidade.
Durante o almoço, perguntei ao garçom por Oscarito.
Com um sorriso de admiração, apontou ao caixa, dizendo
ser aquele homem, compenetrado em seu trabalho.
Paguei a conta, olhei em seus olhos e indaguei sobre os
seus velhos tempos de vendedor de "torradinho ".
Quase chorou de emoção, ao me identificar entre a sua
clientela do amendoim.
Disse-me que, aos quinze anos, comprou um modesto
barraquinho de vendas de sanduíches e, também, de
torradinho.
Sua clientela, aquela do amendoim, nunca o abandonou.
Passou a frequentar, com fidelidade, o seu restaurante,
tornando-o um próspero comerciante.
"Devo tudo a estas pessoas".
Declarou-me, que cuida, muito bem, da sua mãe, pois a
ela deve toda a sua orientação de vida.
Uma mulher sábia...
Na viagem de retorno, fiz uma breve análise dos tempos
passados, com o atual.
Dentre aquelas pessoas, que se reuniam na pracinha,
aquele menino pobre, é o mais bem sucedido na vida...

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