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segunda-feira, 12 de março de 2012

Conto poético: O TARRAFEADOR DE ILUSÕES

Somente quem já tarrafeou, pode avaliar o prazer que dá.
A escolha do local,  e sentir o pescado bater no pano, é uma
emoção incomparável. Uma  terapia.
Os portugueses  ensinaram esta  arte  de pescar.
Nem de embarcação necessita.
É praticada na praia, ou de cima do costão.
Pela fieira, presa ao pulso, dá os limites que bem entender.
Da mesma forma, seleciona  o tamanho do pescado,pela malha.
Conversa com a tarrafa, pelo tilintar da chumbada.
Confia no rufo, como  se  um carcereiro fosse.
Na cintura, um bornal para depositar o  que pescou.
O "bate papo " com os amigos, e o olho no mar,.. que maravilha !
O grito de guerra na alegria do  sucesso,,,
A família à espera, para ver o que  traz  no bornal.
A água já fervendo, a farinha de mandioca sobre a mesa... tudo
pronto para  nascer  o pirão.
É muito prazeroso !
São  estas coisas simples, mas tão gostosas, que prendem o
homem desta terra, ao mar ...
O pescador artesanal, pelo menos os mais velhos, costuma
dizer que se mudar de vida, morre de nostalgia.
Há localidades, como Laguna, que o homem tem o boto como
parceiro.
É incrível esta associação  mas, afinal, pertencem ao mesmo
reino.
Observei muito, este tipo de pescador.
É o que menos mente, o que mais se diverte, e o o que mais
sonha,  recolhendo,  na tarrafa,  as ilusões e os amores da sua
vida !

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