Somente sinto o teu zumbido.
Passas apressado, parecendo querer chegar ligeiro.
Assobiando no telhado, entendo o recado de alguém,
que ficou por lá...
Trazendo o cheiro bom da mulher amada, vou
sonhando, na madrugada, com quem tanto amei, e
não me amou.
Bates à janela, levantas as cortinas, derrubas as plantas
do meu jardim, para espalhar o meu perfume preferido,
que mora no pé de jasmim.
À noite, me acordas, me assustas mas, também, embalas
os meus sonhos alucinantes.
Sei até, quando vais chegar...
Por vezes, creio que és tímido.
Nunca te deixas ver, somente sentir.
Chego a pensar que és aquele amor, invisível, que vem
aqui para me vigiar.
Nas noites quentes de verão, refrescas o meu leito,
renascendo a esperança dela chegar.
Bate o meu coração no peito, cheio de amor e de saudade,
e nem por piedade vem, aquela mulher, deitar.
Quanta aflição, pois mudas de direção, e recado não tens
para me dar.
Então, só me resta, a vida inteira, te esperar...
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