Quartos escuros, abafados.
Portas e janelas trancadas.
Desconforto. Sair, só morto.
Gente, muita gente.
Higiene, nem pensar.
Odor, insuportável...
Vidas humanas em risco.
Gritos na madrugada, pesadelos sem fim.
Consciências culpadas, arrependimento
tardio.
Olhos atentos que vigiam dia e noite.
Ameaças sem limites.
É o império do medo.
Gargalhadas mascaram a tristeza.
Sonhar não é permitido, nem dormir para descansar.
Os porões do inferno residem naquele
lugar.
O olheiro, um carcereiro, que não é Deus
mas é dono da vida e da morte, que terá
muita sorte se vivo sair de lá.
Nenhum amigo fará.
Viverá o restante dos seus dias, contando
histórias sem alegria, esquecido do amor
que reside no lado de fora...
Sinval Santos da Silveira
Tão triste este poema, meu Amigo Sinval. Triste como a realidade que descreve, o que é terrível. A imagem já diz tanto...
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo daqui de Portugal.
Oi, querida Amiga, Graça Pires !
ExcluirEsta é a realidade "nua e crua", pela qual
passa o sistema penitenciário do meu País.
Não recupera ninguém e, certamente, só
agrava a situação social.
Muito grato e um carinhoso abraço, aqui do
Brasil.
Sinval.