Estou só, nesta caverna, com os meus
pensamentos.
Abriga-me das hostilidades do mundo.
Mesmo de olhos fechados, enxergo tudo
o que há por aqui.
E somente há o que quero enxergar.Não há portas, ou janelas, e nela dou
entrada a quem não me molestar.
Pássaros marinhos e o barulho do mar,
podem entrar sem me avisar.
São moradores permanentes !
Há noites em que o ronco do costão não
me deixa dormir.
Mas, aqui, sempre é noite. Não me importo.
Converso com pessoas amáveis e releio,
nas paredes de pedras, todos os poemas
que já escrevi.
Até os personagens moram aqui...
Cada qual, me traz profundas recordações
da vida, fora deste lugar.
Somente os marsupiais me tiram a concentração.
São dóceis e gentis !
A revoada dos morcegos, também, é um
espetáculo à parte.
Lembram-me pertencer ao mesmo reino.
Vejo marcas estranhas, deixadas por seres
inteligentes, artistas, querendo
avisar-me de coisas que não entendo.
Apenas, imagino o que desejo...
Quem sabe, nos próximos milênios, alguém
leia meus versos nestas paredes, pelo
menos um que fale de amor e saudade
desta caverna...
Sinval Santos da Sikveira
Um poema muito nostálgico a denunciar um estado de alma.
ResponderExcluirMas no entanto denota esperança e isso é muito bom.
Gostei de o ler.
Bom fim de semana.
Beijinhos
:)
Oi, Amiga/Poetisa, Piedade Araújo Sol !
ExcluirFico muito honrado e agradecido com o teu registro.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil e um
feliz final de semana.
Sinval.
O que chamou muito minha atenção foi exatamente uma caverna cujo habitantes são bem-vindos, nada de humanos, alguns amáveis, escolhidos a dedo. Notei a paz que você descreve, uma paz que não se encontra com facilidade. Em suma, nisso encontrei o que procuramos e não mais encontramos com facilidade, o mundo está de uma forma que queremos fugir, nos proteger, mas deixar nossos vestígios, sem dúvida!
ResponderExcluirBela criação, você falou com o coração, querido amigo, parabéns!
Beijos, bom fim de semana.
Amiga/Escritora, Taís Luso !
ExcluirExatamente !
O mundo real está tão perverso que,
a cada dia, crio um local privativo
para as minhas fugas."A caverna" é
um deles...
Muito grato pela atenção, querida.
Uma feliz semana e um carinhoso abraço !
Fantástico este poema que posso entender como uma alegoria aos Poetas esquecidos, quase ignorados...
ResponderExcluir"Releio nas paredes de pedras, todos os poemas que já escrevi". Talvez as pedras os guardem para sempre, meu Amigo Poeta.
Uma boa semana.
Beijo daqui de Portugal.
Minha querida Mestra das letras poeticas,
ExcluirGraça Pires !
Que bela interpretação, homenageando os
Poetas, acabas de postar.
Concordo, plenamente. Muito grato e um
carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
A poesia é muitas vezes uma caverna. Nela o poeta se sente seguro, protegido. Quem quiser entender o poeta precisa ser capaz de entrar de corpo e alma nessa caverna. Muitos não conseguem.
ResponderExcluirAbraços
Querida Amiga, Poetisa/Sônia Brandão !
ExcluirExatamente isto...Precisamos desta
caverna para o refúgio das nossas
emoções.
Muto grato por teu registro.
Um carinhoso abraço e uma ótima semana !
Sinval.