Singro estes mares, há mais de 50 anos.
As ondas eram baixas e a água não tão salgada
e fria.
O vento está mais forte e o barco preguiçoso...
As vergas e os remos eram leves, e o leme me
obedecia.
O mesmo destino parece, agora, muito distante
e o balaio não pesava tanto.
Minhas mãos não calejavam e os braços, da dor,
não reclamavam.
Meu chapéu de palha desfiou, perdeu a cor,
a canoa furou e o mastro quebrou.
O tempo passou, não me poupou e para outras
ilhas pesqueiras, me levou.
A gaivota não me acompanhou, gargalhou de longe,
e regurgitou o peixe que lhe dei.
Não mais acredita num velho pescador... e aos
meus pés, por piedade, vísceras de pescados, atirou.
O tempo concluiu sua expedição, chegou ao seu
destino e me desembarcou...
Sinval Silveira
Há sempre "um desembarque" em nossa vida! Acolhamos. Não há como revidar...
ResponderExcluirAbraço.
Querida Poetisa, Célia Rangel !
ExcluirÉ isto mesmo. A realidade do tempo que
vai passando...
Muito grato pela atenção, uma ótima
semana e um fraternal abraço.
Sinval.
Quanta melancolia neste belíssimo poema, meu Amigo Sinval!
ResponderExcluirA vida é assim mesmo. Vai-se fazendo difícil para quem a ama e a vive…
Uma boa semana.
Um beijo daqui de Portugal.
Querida Mestra, Escritora/Poetisa,
ExcluirGraça Pires !
O tempo é implacável, para os que
vivem, em quaisquer atividades...
Fico muito agradecido pelo generoso
comentário, e tão costumeira atenção.
Uma ótima semana e um carinhoso abraço,
aqui do Brasil, agora com esperanças
renovadas...
Sinval.