Será com pães do dia anterior, bananas e,
talvez, laranjas, uma caneca de café, quem
sabe, um pouco de leite.
Tudo isto é mais que suficiente, para um
humilde nascimento relembrar...
Sinto vergonha de encher a pança, sabendo
que tem criança, ao meu lado, de fome a
chorar.
Beberei somente água fresca da bica e,
a cada ingestão, farei uma oração de
agradecimento, em memória ao nascimento
daquele Ser tão especial.
Não exibirei mirras, tâmaras, nem jarras de
vinhos, muito menos reis e presentes.
Pedirei perdão ao Pai, por não haver seguido todos
os conselhos do seu Filho.
Caso encontre pelo caminho algum pobre com
fome, será meu convidado especial.
Assim, será minha Ceia de Natal !
Sinval Santos da Silveira