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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

POEMA: MINHA CEIA DE NATAL

 




Será com pães do dia anterior, bananas e, 

talvez, laranjas, uma caneca de café, quem 
sabe, um pouco de leite.
Tudo isto é mais que suficiente, para um 
humilde nascimento  relembrar...
Sinto vergonha de encher a pança, sabendo
que tem criança, ao meu lado, de fome a
chorar.
Beberei somente água fresca  da bica e,
a cada ingestão, farei uma oração de 
agradecimento, em memória ao nascimento
daquele Ser  tão especial.
Não  exibirei mirras,  tâmaras, nem jarras  de 
vinhos, muito menos reis  e  presentes.
Pedirei perdão ao  Pai, por  não haver seguido todos
 os conselhos  do seu Filho.
Caso encontre pelo caminho algum pobre com
fome, será meu convidado especial.
Assim, será minha Ceia de Natal !
 
 
Sinval  Santos da Silveira




sábado, 5 de dezembro de 2020

Conto poético: I L U S Ã O ...

 



O  maior inimigo do conhecimento, não é a ignorância.
Esta é fácil de ser identificada, pois tem vida curta.
Mas a  ILUSÃO convive com sua anfitriã, convencendo-a
de uma  falsa  realidade.
Esta é devastadora...
Quando adicionada à uma dose de vaidade, vira um coquetel
cegante, alucinógeno.
Neste estágio, sua vítima já estará necessitando de ajuda
psicológica  ou psiquiátrica...
O " filhote " ,  deste despertar para a realidade, pode ser uma
perigosa auto-revolta ou revolta contra terceiro, que o acordou
de um doce, mas irreal  sonho.
Sei de amargos casos de  recém-formados  em  faculdades que,
suntuosamente, instalaram seus escritórios profissionais, com
 diplomas pendurados nas salas de espera, como fundo de reluzente decoração e  indisfarçável vaidade...
Esqueceram do principal, ou seja, de levarem  a CAPACIDADE
PROFISSIONAL.
Poucos dias após à "lua de mel ", tiveram de fechar as portas, 
vencidos por uma terrível frustração... a falta de conhecimento
mínimo,  para gerir o que se propuseram fazer.
Este alerta serve para todos os seguimentos da vida, inclusive
na área da cultura...
A ilusão é mais devastadora do que a ignorância, pois se situa
nos  limites  da  realidade e do inefável !

Sinval S. Silveira / 2020.





quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Conto poético: AS VITRINES DE FLORIANÓPOLIS

 









Décadas de  1950 e adjacências...
Uma Cidade simples,  protegida pelas águas  oceânicas
do Sul do Brasil.
Uma população numericamente pequena,  composta
por pessoas simples e generosas.
Eu  já fazia parte daquele "Tesouro Social". 
Testemunhei...
Fim de semana, premidas pela ausência de outras
opções, as  famílias se   trajavam,  como se fossem
a um importante evento. 
Talvez fosse, sim...
Sábado, noite quente e a lua  presente sobre o mar 
calmo e prateado !
Que belo cenário !
As  lojas, com suas vitrines bem iluminadas, artisticamente
decoradas por profissionais especializados, era  o "point"
da Cidade !
Praça XV de Novembro, Rua Felipe Schmidt, Tenente Silveira,
Trajano, etc.,  constituíam a "rota obrigatória".
 A  sociedade estava lá, " assinando o  ponto ", se abraçando, colocando suas novidades em dia.
Após, cada qual pegava o seu ônibus, para  retornar  a sua 
residência.
Hoje,  este evento se repete, diariamente,  mas nos 
shoppings...
Mais confortavel, sim. 
Menos romântico, certamente !
Que saudade, me Deus, das Vitrines de Florianópolis !





segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Conto Poético: MENINO DE RECADO

 






Hoje, uma frase ofensiva...
Nos  anos   de 1950, quase uma  " profissão ".
Cidade pequena, pessoas muito inibidas, meios de 
comunicação inexistentes, além da carta.
Amor platônico, no ar...
Um  " flerte", uma troca de olhares... mas e a coragem para 
uma aproximação ?  Onde encontra-la ?
Surge, então, nosso  herói : 
O MENINO DE RECADO !
Simpático, desinibido, discreto, levava e devolvia recados
aos enamorados, em troca de uma gorjeta.
Viviam rondando os possíveis "clientes", insinuando
recados e  dando  sugestões.
Uma autêntica assessoria ao cupido !
Muitos  casamentos foram realizados,  com a  ajuda destes
meninos.
Tive a oportunidade de conversar com  um daqueles
ex- recadeiros.
Disse-me que, também, se utilizou deste procedimento,
quando chegou o momento do seu namoro, e que ficou
muito ansioso,  à  espera da resposta.
"Foram, apenas,  alguns minutos, mas que pareceram
uma eternidade. "


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Poema: SABIÁ COLEIRA




Escuto  teu   cantar !
Procuro traduzir  teu  lamento.
 Entre os ramos da aroeira, seguindo tua companheira,
fazes graça, cantas feliz !
Fico perdido em meus pensamentos,  atraso o relógio
do tempo, para não ver passar  a vida.
Mas, já se  foram  tantos anos,..
Gorjeavas  nas noites de lua cheia,  despertando  o
alvorecer !
E o galo, faceiro, batendo asas  no terreiro,  chamava a
galinhada para apreciar o amanhecer  !
Agora, na cidade grande, não vejo mais  aroeira, galinha,
só na geladeira, e o galo velho bate asas  de saudade,
só despertando o meu coração !
E o teu cantar, sabiá coleira, da gaiola virou prisioneiro e
tua  companheira,  a cidade grande levou...

terça-feira, 20 de outubro de 2020

"Quase " Conto Poético: CONCURSO PÚBLICO

  1. Adicionar legenda
     

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Poema: A VOLTA DA CIGANA

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Conto Poético: AS TRES MARIA

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Poema: SUBMISSA...

 



Sim, pelo teu olhar...
Pelo teu andar...
Pelo  sorriso e  o jeito de falar.
Graciosa mulher,  feiticeira deste amor que
me escraviza.
Carrego o sofrimento da tua  indecisão...
Não  insisto mas, também, não desisto.
Sou, apenas, mais um que te ama em silêncio.
Nem  mesmo teu nome posso  mencionar...
E meu coração,  nas paredes de  minh'alma, 
teu lindo rosto, tatuou !
Fecho os olhos e converso contigo...
Escuto cada palavra que quero ouvir.
E tu, obediente  ao desespero dos meus apelos,
entrelaças  teu delicado corpo ao que restou
de mim, fechando os olhos,  submissa ...

Sinval Santos da Silveira.


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Conto poético : PRENDAM AS SUAS CABRITAS...




Quando adolescente, vivi numa comunidade no centro
desta Capital, minha querida Cidade Natal !
Muitas famílias pobres, e  jovens sem nenhuma
estrutura social, se concentravam naquele maciço.
Volta e meia, chegavam  moradores novos, já que o valor
dos aluguéis era muito baixo.
Existiam as "vendas", que funcionavam até à noite.
Por volta das 20,00 horas, chegou  um  novo morador e,
arrogante,  apresentou-se e foi logo recomendando:
"Percebi que, neste morro, tem muitas moças solteiras.
Sugiro, aos pais,  que prendam as suas cabritas, pois
meus bodes vão estar soltos ".
Um senhor,  sentado  sobre um saco de feijão, fumando
um "palheirinho", calmamente dirigiu-se ao arrogante, 
dizendo-lhe:
"Não há problema, vizinho !
Os bodes daqui foram todos capados, na  tentativa
do primeiro espirro".
No dia seguinte, o homem mudou-se  para  outra 
comunidade, onde poderia soltar os seus bodes, sem 
o risco da "capação".
E as "cabritas"  continuaram soltas, sob os aplausos
do "respeito".

Sinval Santos da Silveira.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Conto Poético: UMA EXPLOSÃO DE FELICIDADE !

 



Parecia uma viagem, terrestre, como tantas outras.
Um coletivo de passageiros, transitando no sul do meu
País, se dirigindo ao modesto Distrito de "Pescaria Brava",
 Município de Laguna/SC.
Conversas animadas, novidades de toda parte do mundo.
Sobrava tempo  a  ser preenchido ...
Entre os passageiros, um jovem garboso, ostentando um 
lindo fardamento de 3° Sargento do Exército Brasileiro. 
Havia terminado, recentemente, seu curso de formação ESA,
na Cidade de  Tres Corações / MG.
Um feito invejável  !
O brilho nos olhos,  denunciava uma ansiedade por chegar 
aquele humilde destino.
Levantou da sua poltrona, apanhou  a mala de mão e 
póstou-se à porta de desembarque, mesmo com o veículo
ainda em movimento.
Quando avistou a  Igrejinha e as casas dos amigos, não
se conteve.
Gritou, desesperadamente, os nome de cada um  deles,
inclusive o  do Padre da Paróquia !
Foi recebido como  "herói",  tamanho o orgulho daquela 
Comunidade !
Pensei:  como é simples SER FELIZ  !

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Poema: NÃO APRENDI ESQUECER