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quinta-feira, 30 de março de 2017

Conto poético: LIDERANÇA ROMÂNTICA



Cinco pombos em meu telhado...
De outras plagas chegaram, famintos e 
cansados. 
Eram lindos !
Revoavam por sobre as casas vizinhas, 
mas  foi da minha que se encantaram.
Desciam ao terreiro para  se alimentar,
brincar de roda e cantar.
Pareciam crianças a bailar !
Eram, para mim, uma  Divina terapia, a 
inocência que desceu do Céu.
Foram bem vindos em minha casa. 
Catavam migalhas na cozinha e  voavam 
felizes, como se fosse o seu pombal.
Tudo terminou, tão rapidamente quanto 
começou.
Chegaram os boatos de doenças, 
parasitos, vírus  e tudo mais.
Hora da partida, infernal degredo distante 
daqui.
As armadilhas,  impiedosas,   funcionaram...
Três deles foram  transferidos para muito 
longe deste lugar. 
Dois, se negaram a partir...
Muitos dias  após, o líder  retornou e, desconfiado, não
 mais se  aproximou de 
mim.
Veio buscar os dois pombinhos.
Fiquei envergonhado, triste e encabulado.
Agora, estão alegrando outros  telhados...

quinta-feira, 23 de março de 2017

Conto poético: O RESGATE DA SEREIA MION



É  a  minha grande paixão, a  mais linda das sereias
 que habitam a minha imaginação !
Comigo  se encontra nos selvagens costões
dos mares da minha Terra.
Fala de amor  e de  segredos de beleza.
Conta, com encanto, histórias  trazidas  das  profundezas do mar.
Sempre me presenteia com pérolas e objetos, 
que encontra por lá...
É exibida e gosta de se mostrar,  ser  aplaudida pelos 
pescadores em alto mar.
Certa madrugada,  numa noite enluarada,  
outras sereias  me contaram que a sua Rainha Mion
, havia sido aprisionada  por um
 pirata malvado, nos porões
 de um navio naufragado.
Meu coração amargurado reagiu desesperado,
me levando aquele lugar.
Enfrentei cardumes de tubarões, enguias 
gigantes e tudo mais.
Expulsei o falso pirata, que nem tinha
 perna de pau, " olho de vidro ou cara de mau".
Minha linda Rainha,  minha doce imaginação,  
nunca mais  habitará outro lugar, fora  do meu   
coração.
 
Sinval Santos da Silveira

sexta-feira, 17 de março de 2017

Poema: QUANDO A MARÉ BAIXAR



Estou partindo em direção ao sol nascente.
Quero estar longe desta gente, que me olha
diferente, como se eu não fosse do mar.
Não  vou atender aos apelos dos meus
sentimentos, que me pedem para ficar.
Quando a maré baixar, meu barco não mais
flutuará nas  águas deste lugar.
Navegará muito distante daqui.
Direi Adeus ao  costão vestido de limo verde,
palco das lindas sereias  que habitam a   
minha imaginação ! 
Quando a maré subir,  estarei longe daqui,
com os porões carregados de saudade e do
perfume do mar.
Já  bem  distante,  e  nas noites de luar,  escutarei 
 a gaivota me chamar.
Saciarei  sua fome, em troca dos recados 
que  levará.
As ondas embalarão os meus sonhos... 
O vento indicará o destino que devo tomar, assobiando
  as canções que eu desejar.
A maré  começou  baixar...
Estou partindo, para nunca mais voltar !
Sinval Santos da Silveira

sábado, 11 de março de 2017

Poema: DESCULPA, FOI ENGANO



À beira do riacho, o velho poeta conversa 
com sua alma e, em voz alta,  desabafa:
" Por que, vida minha, tudo tem que ser 
assim ?
Estas águas, tão agitadas, ainda que por 
um só instante, não acalmam  as 
tormentosas  corredeiras.  ?
Esbarram nas pedras, saciam a sede
 dos passarinhos,  parecendo 
conhecer o  
caminho !
Na superfície, carregam flores vivas e 
mortas, trazem e levam mensagens de amor.
São apaixonantes, atraentes e,  por vezes, traiçoeiras.
Não  são tão diferentes do meu jeito de 
amar. 
Fico revoltado,  quando contrariado, 
esbarrando  em tudo  por onde passo,
parecendo  este riacho...
Quero agredir minha amada com palavras,
mas  só consigo escrever  versos de amor.
Falo do passado, lembro casos e pensamentos ruins
  tomam conta de mim.
Encorajado,  peço que me olhe de frente... vejo aqueles 
lindos olhos, misteriosos como a noite escura e, já
 rendido,  beijo os seus lindos lábios de mulher !
Questionado, peço para ser desculpado.
Foi engano".
Pensativo, foi embora sem  nada mais resmungar...
 
Sinval Santos da Silveira

terça-feira, 7 de março de 2017

POEMA: HOMENAGEM A MULHER!

 
 
Procurei, no dicionário,  uma palavra apropriada
que pudesse definir a mulher.
Não encontrei.
Fui ao fundo dos meus  sentimentos, mas só
encontrei sinônimos de amor, carinho, compreensão,
etc.etc.
Tudo isto é muito pouco, para um ser divino.
Recorri, então, ao universo.
Procurei  nos astros.
De  todos,  ouvi  a mesma resposta, muito
vaga... "fala com um poeta ".
Falei com todos os poetas da face da terra.
Rebuscaram, em seus alfarrábios, uma
doce definição de  MULHER.
Aguardei por toda a minha existência, uma
palavra, pelo menos.
Nada  ouvi...
Certa noite, sonhei o mais lindo dos sonhos.
As flores falavam, conversavam entre si, muito
animadas.
Estava ali a minha grande chance.
Com toda a delicadeza, dirigi-lhes a palavra,
perguntando-lhes como definiriam a MULHER,
este ser tão maravilhoso !
Entreolharam-se, e sem exitar, responderam
como num canto de coral :
"A  MULHER é a nossa essência, o nosso
mágico perfume..., a  alma dos nossos
jardins..."
Finalmente, fiquei satisfeito e muito feliz !
 
Sinval Santos da Silveira 

quarta-feira, 1 de março de 2017

Poema: TAÇA VAZIA




A fuga do afeto vestiu  aquele louco amor  de saudade.

Em  cada gesto, um sopro de  felicidade ! 

Imaginei  estar a dignidade  acima da maldade.

Amargo  engano.

Pago caro, hoje em dia, cada momento de alegria que  vivi.

São  pesadelos  me afogando no 
pranto, implorando por  acordar.

Responda,  olhando nos meus olhos como

antigamente, mesmo que seja nos sonhos:

Ainda me amas ?

Tua alma de mulher, que tantas vezes enalteci, falará
 por ti,  sem o risco de mentir. 

E eu  direi, jurando aos pés do Criador, que amo somente as 
 flores, que me oferecem  perfumes e cores, sem 
esconder  os espinhos !

E, também,  os passarinhos,  que gorjeiam  
com carinho, me fazendo  feliz !

Na taça cruel da infelicidade, nenhuma gota da saudade restou. 

Está vazia ...

Transborda, hoje, de esperança e de alegria, nos
 sonhos que me farão viver.

Não escondas o perfume  nem os espinhos, fazem parte 
da  flor, como o cantar dos passarinhos !