Sorrisos e lágrimas dominam meu mundo.
Sentimentos que se negam morrer.
Nadam na dor, respirando saudade de uma
felicidade que pertence ao passado.
A parada do desembarque é cruel...
Dúvidas se agarram nas escorregadias encostas
da vida, abrindo feridas que não conseguem cicatrizar.
Preciso ir embora, sem demora... fugir.
Mas, para onde, se nem mesmo sei de onde
vim ?
Daquele olhar traiçoeiro, tento minha dignidade
salvar.
Por paixão, coloquei em risco minha reputação, sendo
desprezado e, por maldade, humilhado.
Finalmente, as amarras desatei.
Consegui estancar o pranto e acalmar o
desencanto, enxergando o caminho a seguir.
O desembarque ficou na curva da longa estrada, cada vez
mais distante e sem despedida !
Na bagagem, apenas lembranças, doces e
amargas lembranças ...
Sinval Santos da Silveira