Passo a passo, cheguei à frente da casa.
Quando fui embora, as árvores eram tão pequenas...
As paredes refletiam o brilho da felicidade !
Na varanda, habitava uma família de sabiás.
Não há mais vestígio do ninho.
Também, deixaram este lugar.
O barulho do mar e o vento, permanecem como
testemunhas, e a velha pitangueira oferece-me
seus doces frutos, como num abraço de boas vindas.
A caixa postal denuncia o abandono, saturada de
papéis vencidos.
Os vizinhos me cumprimentam e reconheço alguns.
Finalmente, reúno fragmentos de coragem e resolvo
adentrar.
Não há mais nada em seu interior, além dos móveis
e lembranças... muitas lembranças
Abro todas as portas, janelas e deixo o vento renovar
o ar.
O sol, faceiro, espanta a penumbra do passado.
o beija-flor branquinho vem me cumprimentar, entrando
e saindo várias vezes.
" Esta casa também é tua, amiguinho ! "
Falou meu coração.
Fecho os olhos e sou transportado ao passado.
Escuto vozes e um profundo silêncio invade o ambiente.
Fui embora, o tempo passou e as pessoas, também.
Somente eu voltei, e nem sei porque.
Creio que a saudade foi mais forte.
Venceu a promessa que fiz de nunca mais voltar...
Sinval Silveira
Tenho também essa promessa "de nunca mais voltar"... Até o momento sou fiel a proposta. É muito dolorido reviver, repensar o que se passou... Melhor guardar as boas memórias.
ResponderExcluirAbraço.
Querida Poetisa, Célia Rangel !
ExcluirÉ, simplesmente, fantástico !
Tudo fala... tudo chora...
Muito agradecido pelo doce registro.
Um grande abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
A cumplicidade das memórias que uma casa nos traz, neste magnífico poema meu Amigo Sinval.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo daqui de Portugal.
Minha querida Mestra, Graça Pires !
ExcluirA alma fica entorpecida, dominada pela
profunda emoção...
Muito agradecido pela costumeira e carinhosa atenção. Uma ótima semana e um fraternal
abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
a nossa primeira casa, a da infância, ficará para sempre dentro de nós e dentro dela todas nossas vivências...e dentro dela nossos pais nos esperam
ResponderExcluircomo sempre fizeram.
Um abraço
Querida Socióloga Poetisa, Guaraciaba Perides !
ExcluirA mais pura verdade.
Impossível esquecer.
Muito agradecido pela atenção. Uma feliz
semana e um carinhoso abraço !
Sinval.
Olá, meu amigo Sinval, que belo poema, coloca o dedo no coração da gente! Também tenho disso, o que faço é muito de vez em quando colocar minha casa da infância no Google, rua e número! Mas foram apenas 2 vezes, na segunda vez não reconheci, tudo transformado, a rua até parecia outra. Minha casa de juventude, vejo diariamente quando vou almoçar, dobrando a esquina da minha casa, lá está o prédio, o último andar me cobrindo de recordações, às vezes boas, outras nem tanto, devido ao tempo que não volta mais.
ResponderExcluirLindo, amigo, parabéns!
Uma boa semana
Bjos
Minha querida Vizinha/Escritora, Taís Luso !
ExcluirÉ muito forte, um momento desta natureza.
Muito grato, Amiga, pela costumeira atenção.
Um carinhoso abraço e uma ótima semana.
Sinval.
Que lindo Sinval
ResponderExcluirMe vi dentro do teu poema.
Beijos
Ani
Querida Amiga, Escritora, Ani Braga !
ExcluirÉ emocionante, uma situação desta.
Fico muito agradecido, por tua atenção.
Uma ótima semana e um fraterno abraço !
Sinval.